uma nova perspectiva para as mães from potencialgestante on Vimeo.
não tá fácil. não tá nada fácil.
me disseram que aos 2 anos começavam os chiliques, os famosos terrible two. mas a coisa tava só no início.
benjamin aprendeu com todas as letras a dizer não para o mundo e sim para si mesmo. e como diz sim a si mesmo! e como nega com o corpo e a alma tudo aquilo que o desagrada!
eu tento evitar algumas situações desagradáveis, tornar sua rotina previsível para evitar conflitos, permitir que ele faça suas escolhas dentro do possível mas, mesmo assim, todo dia (todo santo dia) haverá algum momento em que o chilique será inevitável. seja por fome, cansaço, seja por vários fatores, seja simplesmente porque ele descobriu a delícia que é contrariar seus pais e descobrir que pode-se ter opinião própria.
eu sei a teoria de um monte de coisas. tenho pagado a língua diariamente com aquele tanto de “meu filho nunca vai fazer isso, nunca vai agir dessa forma, nunca vai me afrontar dessa maneira”.
e às vezes, no desespero, eu surto, grito, bato porta, me tranco no meu quarto (pois é). não é sempre, mas acontece.
um dia, após um momento épico desses, desabei a chorar com a porta do meu quarto trancada. chorava, chorava e não conseguia sair de lá porque não queria que ele me visse daquela maneira. entrei numa crise de choro, mas depois de um tempo acabei saindo do quarto:
- que foi, mamãe?
- a mamãe tá triste e chateada porque você tem desobedecido muito. mesmo assim, me perdoa por ter gritado com você. eu não gosto de fazer isso. eu estava muito nervosa.
- tudo bem, mamãe, calma, respira fundo. vai ficar tudo bem. me desculpa, mamãe.
nessas horas dá vontade de chorar ainda mais, mas me seguro e tento colocar em prática tudo aquilo que sei – e muitas vezes faço – sobre uma criação baseada no amor, não no ego, na raiva ou autoritarismo.
minha visão materna: sou intolerante, impaciente, meu filho me odeia, estou fazendo tudo errado, etc, etc.
claro que, ao assistir esse vídeo, desabei de chorar ao ver que, por mais que tenhamos nossos defeitos, nossos filhos (que também têm os defeitos deles), nos amam assim mesmo. a gente, obviamente, continua a amá-los independente se a forma como se comportam nos agrada ou não (estágio para a adolescência é aqui! faça a sua inscrição. vagas ilimitadas).
afinal, isso também é reflexo da criação que faço questão de dar para os meus filhos. eles são seres pensantes, com vontade própria. apenas desejo que aprendam a mostrar suas opiniões de forma respeitosa.
a visão que fica: sou imperfeita, mas amo meus filhos e vou continuar me esforçando para ser ainda melhor para eles, sabendo que mais que um papel, ser mãe é um chamado, algo que nasceu com o benjamin e que vou morrer exercendo incessantemente, por amor (:
Original article: ninguém disse que seria fácil.