quando benjamin – ainda na idade da sansa – começou com pequenos ataques de birra, pensei que seria uma fase que logo passaria. chegaram os dois anos (conhecidos por terrible two, apesar de eu não gostar desse “título”) e pensei que logo passaria.
o tempo passou, mas seu comportamento não mudava. pelo contrário, ele começou a tomar ainda mais consciência do mundo que o cerca e de suas próprias vontades, o que muitas vezes resultou em explosões de raiva e chiliques.
não é fácil e ninguém disse seria. mas com o tempo aprendi que não é algo pessoal: que diz muito mais respeito à visão dele de mundo que à necessidade de afrontar minha autoridade e botar nossa paciência à prova.
o trecho abaixo foi retirado do livro soluções para disciplina sem choro – maneiras gentis para incentivar o bom comportamento sem queixas, birra e lágrimas, da autora elizabeth pantley (autora do best-seller soluções para noites sem choro). o livro tem me ajudado muito não unicamente por seus, mas por ajudar os pais a terem uma visão diferente dos filhos.
*atenção!* sugiro que procurem o livro e leiam por completo, porque o livro ajuda a entender uma visão muito mais complexa sobre os pequenos. abaixo são apenas algumas dicas. se você gostou, vale a pena investir em uma literatura de qualidade que refletirá não apenas na forma de educar seu filho, mas de mudar a forma como vocês enxergam o mundo e lidam com ele:
dicas para lidar com ataques de raiva, birras e choramingos
independente do cuidado com que você lê e reconhece as necessidades e emoções do seu filho, ele ainda terá momentos ruins – ou mesmo dias inteiros de mau comportamento.
as dicas a seguir podem ajudá-lo a lidar com esses percalços inevitáveis. leia e estude essas dicas antes de cada episódio. talvez você até possa mantê-las à mão para que possa considerar algumas opções em um momento de necessidade.
lembre-se de que todas as crianças são diferentes, todos os pais são diferentes e nenhuma situação é igual à outra. portanto, as ideias a serem usadas podem mudar de uma para outra situação, de uma para outra criança e de um dia para o outro. seja flexível e pratique as soluções que lhe parecerem trazer os melhores resultados:
- ofereça opções: talvez você possa evitar problemas dando a seu filho mais liberdade para decidir sobre seu dia. você pode fazer isso e ainda manter o controle, oferecendo opções. crianças ocupadas com decisões sobre o que fazer a seguir com frequência não têm tempo de demonstrar ataques de mau comportamento.
- tenha uma conversa de olhos nos olhos: fazer um pedido de uma altura de um metro e sessenta e a dez metros de distância provavelmente não surte efeito. esta falta de obediência cria estresse, o que com frequência leva a choramingos e ataques de raiva – para vocês dois. em vez disso, abaixe-se no nível do seu filho e o olhe diretamente, fazendo solicitações claras e breves. este estilo de comunicação conquistará a máxima atenção dele.
- valide os sentimentos do seu pequeno: quando seu filho demonstrar uma emoção forte, ajude-o a identificar e entender os sentimentos. dê palavras às emoções: “você parece bem triste. você quer ficar aqui e brincar. eu sei com é isso”. é claro que isso não significa que você deve ceder aos pedidos dele, mas às vezes uma demonstração de que é entendido é o suficiente para acalmá-lo.
- deixe que aconteça naturalmente: se seu filho não se acalma com esforços gentis, às vezes é melhor deixar que o ataque de raiva siga seu curso. as crianças têm emoções fortes e às vezes precisam liberá-las à sua própria maneira. se seu filho não responde às suas tentativas de ajuda, e desde que os choramingos e ataques de raiva não sejam perigosos para ele ou não causem destruição de propriedade, sinta-se livre para dizer: “estou saindo daqui. venha ao meu encontro quando acabar com isso”. e faça exatamente isso. ocupe-se om outra coisa (mantendo um olho nele, é claro), e espere pacientemente que ele se acalme.
- expresse-se: o comportamento infantil às vezes deteriora-se porque as crianças não conseguem descrever exatamente como se sentem ou o que lhes acontece. além disso, elas não entendem como seus comportamentos afetam outros. uma vez que o seu filho não pode fazer isso por ele mesmo, você pode ajudá-lo a se expressar. tente adivinhar o que ele está sentindo e coloque tais emoções em palavra para ele. verbalize como você se sente sobre o que está acontecendo. tenha calma e seja claro. use sentenças curtas e simples. não há problema em dizer que você está ficando chateado – assim, você poderá demonstrar a ele o que fazer com emoções intensas, modelando como você lida com as suas.
- distraia e envolva: as crianças se distraem facilmente quando sugerimos uma atividade nova ou mais interessante. se o seu filho está choramingando ou demonstrando birra, tente ver isso como uma “atividade” na qual seu filho está envolvido. uma vez que crianças não são capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo (elas tendem a se concentrar em uma coisa de cada vez), talvez você possa terminar uma atividade desagradável com a recomendação de algo diferente para fazer. ignore o choramingo por um momento e ofereça outra atividade. por exemplo, se ele começar a bater e fazer birra no supermercado, faça-o prestar atenção em você e pergunte: “será que você pode escolher três belas maçãs para mim?”. se a sua oferta parecer mais divertida do que a manha ou birra, seu filho poderá acolher o pedido.
- invoque a imaginação infantil: se seu filho está chateado porque algo não deu certo, ajude-o a verbalizar sua fantasia sobre o que deveria ter acontecido: “aposto que você gostaria de comprar todos os brinquedos da loja.” “não seria legal se vegetais tivessem gosto de biscoito? eu diria: ‘coma seu brócolis com gotas de chocolate!’.”“eu adoraria se pudéssemos ficar em casa o dia inteiro e construir o maior castelo de blocos de montar do mundo inteiro!” crianças com imaginação ativa podem captar a mensagem e expandi-la – ampliando sua história e criando o melhor resultado imaginário. isso pode, com frequência, mudar todo o rumo do surto emocional do seu filho.
- use o enfoque preventivo: reveja com seu filho o comportamento desejado antes de sair de casa, ao entrar em um prédio público ou antes de levá-lo à casa de um amiguinho. isso geralmente corta pela raiz os ataques de raiva e birras. coloque seus comentários em tom positivo (diga o que deseja, não oque não deseja) e seja específico. antes de entrar em uma loja, você pode dizer: “eric, agora vamos entrar na loja. vamos comprar um presente de aniversário para seu amiguinho. não vamos comprar nada para nós hoje. se você encontrar algo que goste, me diga e eu anotarei numa lista de desejos. eu quero que você se lembre de caminhar ao meu lado, usar um tom de voz baixo e não mexer em nada.”
- faça um anúncio: quando seu filho começar a falar com você em voz lamuriosa e aguda, diga-lhe “quando você usar sua voz normal, eu o escutarei”. depois, dê as costas ao seu pequeno birrento e deixe claro que você o ignora, fazendo um serviço doméstico ou lendo um livro que esconda seu rosto. se a criança continuar com o comportamento, repita a mesma sequência, sem se envolver com a criança para outras coisas (insistir que ela pare ou discutir apenas aumentará o comportamento).
- seja engraçado: crianças pequenas podem ter grandes problemas de comportamento pelos problemas mais triviais, como uma torrada cortada no formato errado ou um lápis de cera quebrado. contudo, não há razão para você levar tudo tão a sério. obviamente, você precisa entender que naquele momento seu filho realmente sente que a questão é a coisa mais importante do mundo. contudo, aqui está a boa noticia – esta é a coisa mais importante apenas até chegar a outra coisa mais importante do mundo. um pai ou mãe engraçado é a próxima coisa mais importante. assim, anime-se e tente distrair seu filho com uma careta engraçada, uma canção tola ou uma palhaçada. em vez de entrar em uma espiral que só aumenta o comportamento desagradável, vocês dois colocarão alegria e bom humor no lugar de birra ou lágrimas.
- permita as birras! existem momentos em que as crianças demonstram o mau comportamento porque estão infelizes com algo que as mandamos fazer ou não fazer. se este for o caso, deixe que seu filho sinta tristeza. afinal, você não pode esperar realisticamente que ele se sinta feliz porque você não o deixou tomar sorvete, subir na mesa ou passar mais uma hora no parque! se seu filho continuar demonstrando o mau comportamento muito tempo depois de resolvido o problema, diga-lhe que você ajustará o cronômetro para três minutos. ele poderá choramingar ou bater os pés por três minutos e então deverá parar. algumas crianças podem queixar-se: “mas isso é muito pouco tempo!”. se isso ocorrer,pergunte: “e quanto tempo é bastante, quatro ou cinco minutos?”. normalmente, é claro, a escolha típica são cinco minutos. ajuste o cronômetro ostensivamente para cinco minutos e anuncie que ele deverá parar quando o alarme soar. a maioria das crianças para antes disso. se ela não parar após cinco minutos, você poderá recorrer a uma das outras ideias.
- ensine: com frequência, as crianças não têm real consciência de que estão choramingando, ou não sabem exatamente o que quer dizer “birra”. converse com seu filho e demonstre a aparência desses comportamentos (encene com vontade!). além disso, demonstre como é quando você usa sua voz normal. diga-lhe que você quer ajudá-lo a lembrar de não choramingar nem fazer birra ou manha, de modo que sempre que ele fizer isso, você lhe enviará um sinal. ao vê-lo, ele deverá respirar fundo e falar com sua voz normal. com um sinal dado em tom leve, você poderá evitar o aumento do comportamento indesejado. você pode tapar seus ouvidos com as mãos, fechar os dois olhos, fazer uma careta engraçada ou inspirar profundamente, de um modo exagerado, para indicar o que seu pequeno deve fazer.
- não dê mau exemplo: certifique-se de que seu filho não está aprendendo a choramingar com você mesma. pais ocupados frequentemente se lamuriam por causa de quartos bagunçados, provocações entre irmãos, demora dos filhos para fazerem algo e, sobretudo, sobre os choramingos. confira o tom e volume da sua própria voz e elimine sua própria “manha”. as crianças aprendem sobre o comportamento apropriado com seus próprios pais, e nós às vezes lhes enviamos mensagens erradas. ter consciência sobre suas própria ações pode ajudar para que você modele o comportamento que espera dos seus pequenos.
- não guarde rancor – quando terminar, esqueça: após um episódio de mau comportamento, esqueça e vá em frfente. não se sinta como se precisasse ensinar uma lição, negando aprovação, amor ou comapnhia. as crianças geralmente se recuperam com rapidez e você também pode fazer isso.
- EVITE DEIXAR QUE SEU FILHO FIQUE CANSADO, FAMINTO, ENTEDIADO OU FRUSTRADO: é possível evitar que uma criança perca o controle de suas emoções se modificarmos as situações que levam a isso.
aqui estão alguns pontos para manter em mente:- mantenha os mesmos horários de cochilo e de dormir à noite. horários consistentes de dormir são críticos para que seu filho mantenha um humor tranquilo durante o dia.
- alimente-o com frequência. crianças tê estômagos pequenos e precisam ser alimentadas regularmente para manterem os níveis de açúcar estáveis. cinco refeições pequenas, ou três refeições mais dois lanches saudáveis, mantêm o humor infantil consistente, muito mais do que três refeições grandes com longos períodos entre elas.
- dê-lhe brinquedos e jogos apropriados para sua idade e nível de habilidades.
- alerte seu filho antes de mudar de atividades para que ele tenha um tempo para adaptar-se (“só mais uma ida ao escorregador e depois vamos embora”).
- tenha bom senso ao planejar horários. pedir que uma criança de dois anos seja agradável enquanto você passa o dia inteiro correndo para fazer coisas é um pouco demais. programe uma pausa, como uma rápida parada no parque, quando possível.
- seja realista em suas expectativas. não espere mais do que seu filho é capas de dar.
- não subestime as capacidades do seu filho. permita que ele tenha as oportunidades e privilégios apropriados para a sua idade.
- tanto quanto possível, mantenha horários regulares e previsíveis para o dia do seu filho.
- quando ele se tornar muito emocional, mantenha-se tão calmo quanto possível.
- usar um tom de voz calmo e um toque gentil podem ajudá-lo a se acalmar. ele não consegue fazer isso sozinho e precisa da sua ajuda.
outros textos que também podem ajudar:
- 5, 3, 1.. vamos! - prevendo chiliques na hora de ir embora ou antes de mudar de atividade
- nenhum método é perfeito
- evite rótulos
- birra ou ansiedade de separação?
- a disciplina do amor
- ninguém disse que seria fácil
- eu não sou o pacote completo
Original article: dicas para lidar com ataques de raiva, birras e choramingos.